O que é a Dependência Química?
características desta doença – Dependência Química?
A dependência Química tem por característica:
Progressividade: esta se manifesta pela compulsão e tolerância onde o indivíduo busca cada vez mais a substância para obter o mesmo efeito.
Compulsão: Sensação intensa e desconfortável, de necessidade de realizar o uso imediato da substancia, por mais tempo que o programado ou em quantidades maiores do que inicialmente planejado. È comum a sensação de fissura ou "craving" e a urgência de uso.
Tolerância: necessidade de aumentar as quantidades da substância para sentir o mesmo efeito de prazer. É bastante marcante, levando a quantidades cada vez maiores, ate que pode ocorrer o fenômeno da tolerância reversa (especialmente no álcool), onde a embriaguez pode ocorrer mesmo ingerindo pequenas quantidades.
Incurável:o componente biologicamente herdado, a tolerância e a pré disposição orgânica são incuráveis. Até por isso não adianta mudar de cidade (o que chamamos de fuga geográfica), parar por tempos sem tratamento, por que quando volta ao uso, o desespero parece maior, este fenômeno se explica pelo nome de reinstalação da síndrome de dependência – após um período sem fazer uso da substancia, ao retornar o contato com a droga, rapidamente se instala o padrão de uso anterior.
Contudo, assim como a diabetes, pode ser tratada com a abstinência da droga.
Fatalidade:Infelizmente não há pessoa forte para as drogas, pois existe uma característica no uso compulsivo e dependente : a substância de abuso se torna o mais importante na vida do adicto, levando a um abandono de todas as demais atividades de uma vida normal ( estudo, trabalho, lazer com amigos, papel familiar, etc. ), ficando o dependente condicionado a buscar a droga, estar sob efeito ou se recuperar dos efeitos da droga para reiniciar o ciclo. E o estado terminal deste indivíduo passa sempre pela loucura, prisão ou morte.
Porém, a boa notícia é que essa doença pode ser tratada. A recuperação é totalmente possível contanto que este tratamento propicie:
O manejo da crise de abstinência,
A conscientização sobre a doença,
O auto-conhecimento do indivíduo,
Aumentando assim a motivação para mudança.
Este tratamento pode ter como resultado um ser humano liberto das drogas, útil, reinserido socialmente, íntegro e feliz.
Quais os Sintomas e Sinais da DEPENDÊNCIA QUÍMICA?
A dependência química costuma dar sinais quando está começando a se instalar. Por ser uma constatação muito triste e dolorosa, muitas famílias e amigos dos dependentes preferem não dar importância às evidências. Se você já se pegou fazendo isso, não precisa se culpar. O amor tende a fechar os nossos olhos para nos proteger do sofrimento. Os parâmetros da síndrome de dependência alcoólica, hoje, servem para diagnosticar a dependência de outras drogas.
Deve-se ressaltar que nem todos os sintomas estão presentes em todos os casos. Bastam 3 ou mais sintomas para ser considerado um dependente.
Os parâmetros consistem em:
Os mais iniciais:
• Estreitamento do repertório – uso de gíria
• Saliência do uso: tudo passa a girar em torno do consumo;
• Aumento da tolerância: necessidade de maiores doses;
• Reduzir ou abandonar atividades sociais diversas;
• Se irrita muito fácil,
• Não gosta de dar satisfação principalmente se perguntam onde e com quem ele estava. - Está sempre com pressa, mas nunca deixa claro o motivo dessa pressa.
• Tem dificuldade de concentração e atenção.
E os mais críticos quando há a dependência:
• Sintomas de abstinência: manifestação de sintomas decorrentes da diminuição ou cessação do uso;
• Insucesso nas tentativas de diminuir o uso ou cessá-lo;
• Percepção subjetiva da compulsão para o uso: perda do controle sobre o uso; o indivíduo sabe que é ruim, mas não controla;
• Uso continuado da substância a despeito de problemas físicos ou psicológicos.
• Reinstalação após a abstinência: a dependência pode ter levado anos para se desenvolver, mas pode se reinstalar dentro de 72 horas de ingestão.
O que a dependência química faz no cérebro e no sistema nervoso central?
A dependência química é um fenômeno que possui implicações profundas na forma de funcionamento do sistema nervoso central. Nós possuímos um sistema de recompensa cerebral, que é responsável pelas sensações normais de prazer da vida. A droga atua diretamente no equilíbrio químico desse sistema, levando a uma intensidade do prazer e em seguida, ao terminar seus efeitos, um intenso desprazer com uma procura por novas doses da substância.
Quanto mais bruscas essas oscilações, maior o poder de causar dependência de uma substancia.
Em nosso meio, o crack e o oxi possuem a maior afinidade pelo sistema de recompensa, fazendo com que o dependente químico adquira rapidamente uma modificação de comportamento que resulta na busca constante – a compulsão.
È fundamental que esse cérebro exposto ao desgaste intenso devido ao uso de drogas seja reestabelecido pela desintoxicação. Durante a desintoxicação podemos oferecer a chance de uma regulação do sistema de recompensa, com apoio de medicações que ajudem o dependente a superar seu desejo de usar drogas, num ambiente em que ele esteja protegido do uso de drogas. O processo de desintoxicação leva inicialmente de 4 a 6 semanas, após isso os sintomas vão gradativamente diminuindo e a capacidade de mudança do residente aumenta.
Alcoolismo
O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo destrutivo, excessivo e prolongado do álcool. O dependente de álcool torna-se compulsivo pela bebida, abandonando o interesse por todas as áreas da vida. É compreendido como doença mental desde 1967 pela OMS, necessitando de tratamento adequado.
O álcool é a substância cujo início do consumo é mais precoce. Pesquisas demonstram que seu uso se inicia aos 12 anos. Na última década, o consumo dos brasileiros aumentou em 11% (bebedores regulares) e em 7% (uso pesado).
Conhecer os padrões de consumo é necessário para justamente saber como e onde agir.
Sabe-se que o alcoolismo conta com fatores genéticos e hereditários, mas não são suficientes para fundamentar a existência da doença. Os valores culturais, psicológicos, a influência do ambiente e da mídia também são relevantes para sua instalação. O alcoolismo tem caráter biopsicossocial, desenvolvendo-se com seu uso contínuo.
Além dos efeitos cerebrais, o álcool também afeta o lado físico do indivíduo, ocasionando-lhe danos. Os mais comuns são:
• Transtornos gastroenterológicos
• Transtornos músculo esqueléticos
• Transtornos endócrinos
• Câncer
• Doenças cardiovasculares
• Doenças respiratórias
• Transtornos metabólicos
• Transtornos hematológicos
• Transtornos nos sistema nervoso central e periférico
Além das doenças elencadas, não se deve esquecer da síndrome fetal alcoólica, doenças de pele, supressão do sistema imunológico, alteração do funcionamento sexual e intoxicação alcoólica aguda.
O uso prolongado também gera consequências de ordem psicológica, caracterizadas pelos transtornos psiquiátricos. Os mais comuns são:
• Alucinose alcoólica,
• Transtorno psicótico delirante,
• Intoxicação patológica,
• Episódios de amnésia,
• Depressão,
• Suicídio,
• Hipomania,
• Ansiedade,
• Danos ao tecido cerebral,
• Ciúme patológico,
• Transtornos alimentares.
Não menos importantes, existem, ainda, as complicações sociais, caracterizadas pela:
• Interferência no funcionamento familiar,
• Violência doméstica,
• Problemas no trabalho,
• Dificuldades financeiras,
• Transgressões e Crimes,
• Dirigir alcoolizado,
• Valer-se da vitimização.
A SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
A síndrome de abstinência pode variar em níveis de gravidade. Os critérios da Classificação Internacional das Doenças - décima revisão (F 10.3, CID - 10), para o diagnóstico da Síndrome de Abstinência Alcoólica (SSA), são caracterizados por um conjunto de sinais e sintomas (Já relacionados no item Cuidados e Informações relevantes deste site) , de agrupamento e gravidade variável, ocorrendo em abstinência absoluta ou relativa do álcool, após uso repetido e usualmente prolongado e/ou uso de altas doses.
Síndrome de abstinência:
• Conjunto de sinais e sintomas observados em pacientes que interrompem ou diminuem o uso de álcool após longo e intenso uso.
• Iniciam entre 6 a 48 horas após a última ingestão de álcool
• Pico de sintomatologia: 24 a 48 horas
• Duração: casos não complicados: 5 a 7 dias
• Tremores de extremidades, irritabilidade, ansiedade, sudorese, taquicardia, insônia, náuseas e vômitos, aumento da pressão arterial, febre ( < 38°C) , cefaléia, agitação.
• Cuidado, a abstinência Alcoólica pode matar, caso não haja tratamento médico.
O início e curso do estado de abstinência são limitados no tempo e relacionados à dose de álcool consumida imediatamente antes da parada e da redução do consumo. A síndrome de abstinência pode ser complicada com o aparecimento de convulsões.
Os sintomas iniciam com tremores, ansiedade, insônia, náuseas e inquietação. Sintomas mais sérios ocorrem em aproximadamente 10% dos pacientes, e incluem febre baixa, taquipnéia, tremores e sudorese profusa. Convulsões podem ocorrer em cerca de 5% dos pacientes não tratados com síndrome de abstinência do álcool.
Outra complicação grave é o delirium tremens (DT), caracterizada por alucinações, alteração do nível da consciência e desorientação. A mortalidade nos pacientes que apresentam DT é de 5 a 25% e por este motivo, um alcoólatra precisa ser acompanhado por um médico para o processo de desintoxicação.
POR QUE É NECESSÁRIO TRATAR DA SAA – SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA?
• Evitar o surgimento de uma SAA grave ou complicada (DT e convulsões)
• A SAA torna-se mais grave à medida que se repetem
• A 5ª ou 6ª SAA os sintomas têm maior intensidade, até que surja um quadro convulsivo ou de DT.
• Minimizar ou evitar o desconforto gerado pelos sinais e sintomas da abstinência, pois este pode ser um fator importante para recaída
O DEPENDENTE DE ÁLCOOL
Características do dependente de Álcool:
• Tempo maior de uso para atingir padrão mais problemático de consumo
• Tempo de uso maior que de outras drogas para aparecerem problemas
• Dificilmente problemas aparecem na adolescência - problemas surgem freqüentemente na idade adulta.
• Hábito de consumo de álcool inicia na adolescência e permanece por toda a idade adulta.
• A crise da sua relação com a bebida aparece gradativamente durante a vida adulta.
• Familiares e próprios usuários se dão conta da gravidade quando passa a influenciar a sua capacidade de trabalho.
• Episódios isolados de agressividade é um sinal de alerta.
• Relações interpessoais conturbadas é um sinal de alerta.
• Grau mais avançado de dependência, devido ao longo tempo de consumo.
• Desenvolve patologias físicas causada pelo uso excessivo de álcool.
No caso da dependência do álcool, há um tempo maior para que a relação com a substância fique mais problemática. Para dizer mais claramente, isto só acontece a partir de rupturas concretas do indivíduo com o seu meio, como por exemplo: perder o emprego, crises e às vezes, término do casamento e problemas físicos.
O que reflete na postura do paciente este longo tempo de convívio com a substância?
Em primeiro lugar, poderíamos dizer que o fato da crise só aparecer na idade adulta onde já existe uma personalidade constituída. Esta característica contribui para que um paciente dependente de álcool tenha um discurso mais rígido, seja mais defensivo (auto defesa) para tentar se perceber criticamente e poder se aprofundar no seu problema.
Diante do hábito de beber, existe pouca abertura por parte do paciente para compreender a intensidade e a gravidade do seu problema, justamente porque há uma cronicidade instalada.
Outro ponto que poderíamos considerar como sendo problemático para a conscientização do seu problema e do seu limite diante da substância, refere-se o fato da droga ser legitimada pela sociedade. Além da maior exposição ao estímulo de beber, através de festas, propagandas, o fato de observar que muitas pessoas bebem sem ter nenhum ônus com este ato, contribui, entre outros fatores, para que o desejo de beber normalmente, de voltar a ter uma relação equilibrada com o consumo da bebida, seja uma meta secreta.
Este ponto também reflete a dificuldade para lidar com as diferenças, pois o usuário acredita que a sua crise com o consumo da bebida pode ser superada, acredita que pode beber igual ao outro.
O que encontramos a partir disto é a famosa repetição que começa com o primeiro gole, com esta tentativa fracassada de ter um uso controlado da substância de ser “um igual”, de não perceber, neste ponto, o seu limite, a sua diferença e a sua dependência.
Drogadição
As drogas constituem um dos problemas que mais afligem a sociedade contemporânea, sendo considerada uma epidemia.
A drogadição caracteriza-se por modificações de comportamento na vida do dependente. Uma das principais é um desejo irresistível (compulsão - Sensação intensa e desconfortável) e necessidade de realizar o uso imediato da substância, por mais tempo que o programado ou em quantidades maiores do que inicialmente planejado, a fim de encontrar os efeitos psíquicos tão desejados como euforia, prazer intenso, alterações na percepção, sensação de poder e força, etc.
Há um abandono de suas atividades do dia a dia e uma priorização no uso da substância. O adicto (dependente) passa a viver em função da droga.
Um usuário de drogas freqüentemente apresenta complicações no seu funcionamento mental
• Dificuldade de concentração,
• Falta de interesse por assuntos acadêmicos e da vida cotidiana,
• Alterações de memória como lapsos e dificuldade em assimilar novas informações,
• Dificuldade de expressão oral,
• Problemas de comportamento que variam da extrema apatia à violência física e agressividade.
• Labilidade/oscilações do humor,
• Comportamentos estereotipados principalmente quando sob efeito da substância ou em sua abstinência,
• Idéias paranóides e de perseguição,
• Alucinações visuais e auditivas, principalmente no uso prolongado e intenso.
O uso da droga também leva a complicações psiquiátricas, como:
• Prejuízos da capacidade de julgamento,
• Memória e controle do pensamento, além de manifestações psicóticas, como alucinações e delírio.
• Também entram nesse quadro o estado de insônia, ansiedade e depressão.
Tudo isso afeta, inclusive, a vida social do indivíduo;
• Deixa de participar da vida em sociedade,
• Adquire comportamento violento
• Tendências criminosas, entre outros aspectos.
SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
Quando cessado o uso, o dependente evolui para quadros de síndrome de abstinência, dividida em:
• Crash: redução do humor e energia, com momentos de fadiga, depressão, ansiedade e paranóia, além de hipersonolência;
• Abstinência: recaídas são comuns nessa fase, que dura de 2 até 12 semanas, com forte quadro de craving (fissura), como também alterações psicomotoras;
• Extinção: resolução completa dos sinais e sintomas físicos; o craving, porém, pode aparecer eventualmente.
Dentre as principais comorbidades (doenças secundárias) que aparecem (vem à tona) com o uso, estão:
• Os transtornos afetivos,
• Transtornos de ansiedade,
• Transtornos de personalidade,
• Esquizofrenia,
• Transtornos do déficit de atenção,
• Hiperatividade.
A Drogadição é diagnosticada como doença mental pela CID10/ OMS, sendo chamada de Síndrome de Dependência, sendo necessário tratamento adequado.
A nossa experiência com o tratamento da adicção é que, quando aceitamos que é uma doença sobre a qual somos impotentes, tal aceitação fornece uma base para a recuperação através dos Doze Passos das irmandades anônimas. A quantidade de membros de AA/NA vivendo livres da adicção ativa mostra que esta filosofia tem funcionado para milhões de pessoas ao redor do mundo.
Então, embora não queiramos entrar em controvérsia sobre aquilo que é ou não doença, no estrito sentido médico, temos plena certeza de que é apropriada a utilização da palavra "doença" para descrever a nossa condição, já que a Organização Mundial de Saúde a reconhece dessa forma. Reconhecer a adicção como doença traz consciência sobre nossa realidade e nos encoraja a procurar a mudança necessária para nossas vidas.
COCAÍNA E CRACK:
Mecanismo de ação da droga: aumenta a liberação e prolonga o tempo de atuação de alguns neurotransmissores utilizados pelo cérebro (a dopamina, serotonina e a noradrenalina).
Efeitos:
Um efeito inicial rápido e uma duração breve, mais intensos e fugazes quando a via de utilização é a intravenosa ou quando o indivíduo utiliza o "crack"
Sensação intensa de euforia e poder, além de:
• Um estado de excitação,
• Hiperatividade,
• Insônia,
• Falta de apetite,
• Perda da sensação de cansaço.
Efeitos Físicos Crônicos:
• Dor no peito e dificuldade respiratória,
• Efeitos gastrointestinais: dores abdominais e náuseas.
• Se aspirada: ruptura do septo nasal e diminuição do olfato
• Distúrbios cardiovasculares aparecem em todas as vias de administração.
• Crack : bronquite e tosse persistente
• A via endovenosa: aumentar o risco de overdose, propicia disseminação de infecções tais como hepatite B e C e AIDS.
• Rabdomiólise: degeneração de músculos esqueléticos ( qualquer via)
COCAÍNA – Intoxicação Aguda:
CRACK:
O crack é obtido a partir da uma mistura de cloridrato de cocaína com um componente básico (bicarbonato de sódio, amônia,...) e um solvente (éter, acetona,...). Em seguida o solvente é evaporado, deixando apenas cristais. O crack é incolor, inodoro, cristalino e estala quando aquecido (cracking), particularidade que lhe deu o nome.
Pode ser fumado em cachimbos improvisados ou misturado ao tabaco ou à maconha (freebase).
Seus efeitos euforizantes rápidos, intensos e de curta duração induzem à dependência ou a comportamentos de uso continuado com mais facilidade.
Os vapores do crack são absorvidos pelos pulmões e na circulação sangüínea transportados ao cérebro dentro de 10-15 segundos
Uma inalação produz um grau de intoxicação que normalmente dura 10-15 minutos.
A utilização produz uma euforia de grande magnitude e de curta duração, seguida de intensa fissura e desejo de repetir a dose
Os indivíduos que o utilizam desenvolvem dependência severa rapidamente, muitas vezes em questão de poucos meses de uso.
Com doses maiores,são observados outros efeitos, tais como:
• Irritabilidade,
• Agressividade,
• Delírios e alucinações, que caracterizam um verdadeiro estado psicótico (a psicose cocaínica).
• Também podem ser observado aumento da temperatura e convulsões.
• Ocorre ainda uma dilatação pupilar (midríase),
• Elevação da pressão arterial e taquicardia que pode levar a uma parada cardíaca por fibrilação ventricular, sendo uma das possíveis causas de morte por superdosagem.
Mais recentemente e de modo cada vez mais frequente, têm-se verificado alterações persistentes na circulação cerebral em indivíduos dependentes da droga. Existem evidências de que a cocaína seja um fator de risco para o desenvolvimento de infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais- AVCs - em indivíduos relativamente jovens.
MACONHA
Efeitos Psíquicos Agudos:
Podem ser descritos em alguns casos como uma sensação de bem-estar, acompanhada de calma e relaxamente e hilaridade, enquanto que outras pessoas experimentam angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o
auto-controle e ansiosas, com tremores e sudorese. Há uma perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, além de um prejuízo de memória e de atenção.
Com doses maiores ou dependendo da sensibilidade individual, podem ocorrer perturbações mais evidentes do psiquismo, com predominância de delírios e alucinações.
Efeitos Físicos Agudos
• Hiperemia conjuntival;
• Diminuição da produção da saliva (sensação de secura na boca);
• Taquicardia (podendo-se chegar a freqüências de 140 batimentos por minuto ou mais).
Efeitos Psíquicos Crônicos:
Uso continuado interfere com a capacidade de aprendizado e memorização, podendo induzir um estado de síndrome amotivacional.
Efeitos Físicos Crônicos
• Sistema Respiratório: bronco dilatador, uso contínuo – asma, tosse, catarro, roncos e sibilos (bronquite) - Problemas respiratórios são comuns, uma vez que a fumaça produzida pela maconha é muito irritante, além de conter alto teor de alcatrão maior que no caso do tabaco e nele existir uma substância chamada benzopireno.
• Células e Sistema Imunológico: Câncer 50 a 70 % mais agentes carcinogênicos que o tabaco sem filtro, inalam profundamente e prendem mais tempo e problemas relativos à imunidade das células.
• Sistema Reprodutor: Vasodilatação dos genitais, retarda ejaculação, libido e impotência, alteração do numero de espermatozóides - ocorre uma diminuição (de até 50-60%) na produção de testosterona dos homens, podendo haver infertilidade.
• Psiquiátrico - Psicose : alucinações e delírios, labilidade emocional, desorientação, despersonalização. Vulnerabilidade preexistente – esquizofrenia podendo precipitar, aliviar e exacerbar os sintomas.
Complicações Sociais :
“Porta de entrada” – combinação de fatores – exposição a outras drogas
“Efeito Cascata” – do desempenho escolar ao rendimento profissional
Déficits leves nas funções cognitivas – reversíveis ou não?
Síndrome amotivacional – produtividade e motivação apatia e desinteresse em metas cronicamente intoxicados ?
Substâncias psicoativas diferentes, tais como o álcool, morfina, nicotina e cocaína, compartilham sintomas de abstinência, com graus variados de intensidade e gravidade.
Dividi-se em três fases:
Primeira fase: “crash”
Referindo-se ao estado de humor do usuário, o crash instala-se logo após a interrupção do uso e pode se prolongar por cerca de 4 dias. O humor é caracterizado por disforia (mudança repentina do estado de ânimo) e/ou depressão, associado à ansiedade importante. Há diminuição global da energia, na forma de lentificação e fadiga. O craving é intenso e diminui ao longo de 4 horas. Segue uma necessidade de sono (hipersonia), dura vários dias e acaba por se normalizar o estado de humor.
Segunda fase: “abstinência”
A fase de abstinência propriamente dita pode durar até 10 semanas. A anedonia (perda de capacidade de sentir prazer) é um sintoma marcante durante esse período, em contraste com memórias da euforia provocada pelo uso da cocaína.
A presença de fatores e situações desencadeadores de craving normalmente suplantam o desejo da abstinência e recaídas são comuns nessa fase. Memórias dos efeitos obtidos, pessoas, situações e locais relacionados ao uso, dinheiro, talco, espelhos, lâminas, seringas e cachimbos são alguns exemplos.
A ansiedade também está presente nesse período. Outros sintomas são a hiper/hiposonia, hiperfagia, alterações psicomotoras, tais como tremores, dores musculares e movimentos involuntários.
Terceira fase: “extinção”
Há resolução completa dos sinais e sintomas físicos. O craving é o sintoma residual, que aparece eventualmente, condicionado a lembranças do uso e seus efeitos psíquicos. Seu desaparecimento é gradual: pode durar meses e até anos. Reforçar a capacidade do paciente experimentar o fenômeno sem recair é fundamental.
Internado a Síndrome de Abstinência é mais branda:
O modelo proposto por Gawin e Kleber foi verificado em diversos estudos. Em usuários crônicos internados, porém, o quadro clínico e sua evolução mostraram-se diferentes: em ambiente recluso, os sintomas físicos e psíquicos são mais brandos e caminham linear e inexoravelmente para a resolução. O craving é leve e não altera a evolução dos outros sintomas. A ausência de estímulos ambientais cotidianos é o fator mais valorizado para explicar a alteração do modelo de abstinência proposto.
Portanto atualmente é possível falar em síndrome de abstinência da cocaína. Os sintomas observados, no entanto, não se comparam à magnitude dos produzidos nas abstinências das substâncias depressoras do SNC (álcool, morfina, barbitúricos). Durante a abstinência do uso crônico da cocaína, os efeitos físicos são brandos e os psíquicos, mais pronunciados, principalmente os relacionados ao estado do humor.
Síndrome de Abstinência Maconha
“Desassossego interno” - horas após o término, irritabilidade, calores, frio, insônia, suores, inquietude, coriza, soluços, apetite e peso, náuseas, dores musculares, ansiedade, diarréia, fotofobia, vontade de usar e “depressão”.
A PERSONALIDADE DO DEPENDENTE
Além da grande variabilidade e diversidade de fatores que favorecem o aparecimento da dependência, encontramo-nos ainda diante da impossibilidade de se caracterizar a personalidade padrão do dependente.
Como é o dependente de drogas?
Compreendemos o dependente de drogas (não estamos falando do usuário e sim da pessoa que já está dependente) como um indivíduo que se encontra diante de uma realidade objetiva ou subjetiva insuportável, realidade essa que não consegue modificar e da qual não pode esquivar -se, restando-lhe como única alternativa a alteração da percepção dessa realidade. Isso é conseguido através de sua relação com a droga.
IMPORTANTE
Se tivermos em mente que a relação de dependência com a droga é a sua única alternativa que restou para o dependente, toma-se compreensível (não quer dizer aceitável) que o comportamento de se drogar efetive-se através de um ato impulsivo.
Não se trata, portanto, do desejo de consumir drogas, mas da impossibilidade de não as consumir.
Estabelece-se assim uma relação de dualidade entre indivíduo-droga, na qual tudo o que não é pertinente a esta relação passa para um segundo plano na existência do dependente.
Esse duo permanece indissociável enquanto a droga for capaz de propiciar essa alteração de percepção de uma realidade, respondendo assim pela manutenção de uma situação de equilíbrio, ainda que instável, desse indivíduo.
Cuidados e Informações Relevantes

Por que ele não quer parar de usar?
A doença da adicção tem como característica a negação, negar não é mentir, é não reconhecer a realidade. O usuário nega devido à necessidade de sentir o prazer que a droga causa, no sistema de reforço cerebral.
É difícil encarar sua realidade e os prejuízos que este uso compulsivo vem causando.
Negar é não admitir um problema e, consequentemente, não o resolver. Os dependentes não assumem o uso e, assim, não o solucionam.
A negação impede mudanças. Não aceitar certos fatos, num primeiro momento, é natural; é uma defesa de cada um, mas prolongá-la passa a ser um problema grave que pode levar a prejuízos às vezes irreversíveis.
E a família também fica doente?
Existe também o fenômeno da co dependência, doença de toda a família que, por desprender muita energia na esperança de ajudar e entender a situação, acaba adoecendo também. Por esse motivo, todos devem procurar tratamento e orientação com profissionais competentes.
Cerca de 90% dos dependentes possuem uma família desestruturada, ou doente, os pais se portam de maneiras distintas e antagônicas, um sempre como facilitador e o outro como o limitador o até opressor, daí quando um impõe o limite, o outro depois vai e facilita as vontades e retira o limite imposto.
Isso faz e dá margem para a manipulação do dependente, que através de choros, manhas, ou violência, sempre consegue o que quer.
Lembre-se ele não pode ser tratado para retornar a um lar doentio, TODOS precisam de ajuda. E isto é mais complicado para a família admitir.
Posso internar meu familiar contra sua vontade?
Há uma lei (10.216 Art 06) que regula esta internação, e nela reza que é necessário um parente de primeiro grau procurar um médico psiquiatra para atestar que o dependente está colocando em risco a própria vida e/ou a vida de terceiros e com o uso abusivo de álcool e outras drogas. Desta forma o profissional atesta o risco de vida e faz um laudo para a internação involuntária, onde o parente assina, juntamente com o médico.
Em qualquer instituição o procedimento legal deverá ser este, caso isto não ocorra, procure se informar mais.
Após o laudo e a internação a instituição tem 72 hs para informar ao Ministério Público a involuntáriedade. Seu parente ou amigo não terá problemas com a polícia, a informação vai para o MP vara de saúde mental, e serve para garantir que os órgãos competentes possam fiscalizar de uma forma sistêmica as instituições.
Mas eu não estaria castigando meu filho/Marido/Parente? Ele não vai ficar com ódio de mim?
A droga provoca um transtorno mental, pois o uso contínuo de substâncias psicoativas provocam mudanças na estrutura e no funcionamento do cérebro. Tais alterações originam ou exacerbam comportamentos de natureza impulsiva e alteram também, o juízo de valor, deixando o dependente incapaz de recorrer a medidas de contenção do uso.
É exatamente por isto que ele é capaz de trocar um computador de R$ 2.000,00 por três ou quatro pedras de Crack que valem R$ 40,00, ou ainda mais, fazer sofrer pessoas que ele ama e depois ficar muito arrependido pelas consequências dos seus atos, que ele mesmo rejeita, mas que acaba fazendo contra sua própria vontade.
Intervenção médica não é castigo é preservação a vida, regulamentada por lei e serve para salvar
fonte (https://www.gruporecanto.com.br/cuidado-informacoes.html)




